“[...] o que falta pode apenas ser suprido através das
deduções que nós fazemos no início a partir do tom e estrutura dos particulares
e a partir do modo da progressão. Faz-se necessário certamente, assim, uma
compreensão do todo [...] simplesmente através dos particulares; mas esta será
necessariamente incompleta, se a memória não reteve os particulares e nós
podemos, depois que o todo seja dado, retroceder aos elementos, para então
compreendê-los mais precisa e completamente a partir do todo [...] toda primeira
apreensão é apenas provisória e incompleta [...] nós precisamos seguidamente
retornar do fim ao começo e, completando a apreensão, recomeçarmos de novo;
quanto mais difícil é de apreender a articulação do todo, tanto mais se deve
procurar seus traços a partir do particular; quanto mais o singular é denso e
significativo, tanto mais se deve procurar apreendê-lo em todas as suas
relações por meio do todo.”
FRIEDRICH
SCHLEIERMACHER (Hermenêutica: Arte e técnica da interpretação)
“[...] como se quisesse ler e reler eternamente as passagens
que escrevera, e me pergunto quantas significações não buscou, se tinha
vontade, a cada uma delas, de retornar à vida [...] pode ser mais difícil
apagar as margens que, paralelas, seguem tocando o curso. Mas não carece
mirá-las. A cada passo teu, o caminho já é outro, mesmo as pegadas são outras,
e assim será, quantas vezes trilhar.”
(P.C.)